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O Blog sobre Medicina Dentária com informações sobre: Higiene, Educação, Prevenção e Tratamentos Atuais; relacionados a Saúde Oral de adultos e crianças. criado em 09/03/2010
Autor: C.D. Aldo Angelim Dias, cirurgião-dentista, especialista
em endodontia e ex-professor substituto de endodontia
1.Explique ao paciente o que é tratar seus canais dentários. Muitos pacientes têm idéias diversas sobre o assunto. Conhecer o que se vai fazer durante um tratamento endodôntico diminui em muito a ansiedade e o medo do seu cliente.
2.Não tente fazer o exame clínico completo se o paciente chega até você durante uma crise aguda de origem endodôntica, seja ela uma pulpite ou um abscesso. Tente resolver o mais rápido possível e confortar o paciente durante essa fase. Em uma outra sessão, com mais calma e sem dor, realize um exame mais minucioso.
3.Lembre-se que nas biopulpectomias (polpa viva e inflamada), você poderá realizar o tratamento em apenas uma sessão. Mas, há controvérsia sobre o número de sessões nas necropulpectomias (polpa necrosada e/ou infectada). A maioria dos autores prefere usar um curativo de demora entre duas ou três sessões.
4.Facilite o trabalho do colega protesista se o dente com canal tratado terá que ser submetido à prótese fixa. Remova uma quantidade correta de gutapercha para a colocação do pino metálico.
5.Nos casos de insucesso do tratamento endodôntico realizado, opte em primeiro lugar pelo retratamento. A cirurgia paraendodôntica é bem mais radical e só poderá ser realizada por cirurgião-dentista com conhecimentos teórico e prático suficientes e quando por outras razões o retratamento não for indicado, como no caso de dente com pinos muito calibrosos, em que poderia ser perigoso retirá-los por poderem ocasionar fratura da raiz.
6.A medicação após o tratamento endodôntico será necessária nos casos agudos com dor presente. Opte por antiinflamatórios seletivos para inibição da COX2, por serem mais eficazes e com menos efeitos indesejáveis.
7.Se o paciente possui um elemento dentário com canal tratado mas exposto ao meio bucal por mais de três meses, opte por retratá-lo, antes de ser realizada a reabilitação protética.
8.Seus instrumentos endodônticos, como limas, não são para a vida inteira. Eles têm uma vida útil que após determinado período podem perder sua eficácia de corte e limagem. Em média, uma lima deverá ser usada, por no máximo, oito a dez casos clínicos.
9.Oriente o paciente sobre os cuidados que ele deverá ter a partir do momento que você finalizou o tratamento endodôntico.Explique que o dente com canal tratado fica desidratado e por isso mais frágil podendo fraturar-se com uma facilidade maior que os outros dentes vitais.
10.Guarde todas as radiografias do tratamento endodôntico realizado para posteriores avaliações. Chame o paciente em períodos de 6 meses, 1 ano e 2 anos. Nos casos de cirurgia paraendodôntica, o retorno inicial deve ser aos 3 meses obedecendo após esse período as fases de 6 meses, 1 e 2 anos.
O que fazer quando o canal não pára de sangrar?
Hemorragia durante e após a limpeza e modelagem é um evento incomum, geralmente causado pela falha na pulpectomia. Na maioria das vezes, o próprio preparo químico mecânico remove o tecido pulpar, cessando o sangramento. Caso ele persista, pode-se tentar estancar a hemorragia com cones de papel. Se ainda assim não for possível estanca-la, coloca-se o cone de papel com a ponta envolvida com Hidróxido de Cálcio. Assim que o sangramento cessar, executa-se a limpeza do coágulo sanguíneo com hipoclorito 5,25%, secagem e obturação.
Qual o cuidado observado ao usar teste elétrico?
Não pode ser utilizado em pacientes portadores de marca passo.
Teste de cavidade: quando usar?
É aplicado somente quando todos os outros testes são inconclusivos.
Como agir com pacientes com febre reumática?
Devem ser pré-medicados com antibióticos. O protocolo mais utilizado é 2g de amoxicilina 1 hora antes da intervenção.
Pacientes portadores do vírus da AIDS podem fazer tratamento endodôntico?
Esses pacientes apresentam menor risco com tratamento endodôntico do que com extração.
Como proceder o tratamento em pacientes gestantes?
Essas pacientes devem, idealmente, ser tratadas após o parto ou no segundo trimestre da gestação. Entretanto, em casos de emergência podem ser tratadas em outros períodos para alívio da dor. É importante evitar radiografias ao máximo e não utilizar anestésicos à base de prilocaína e mepivacaína.
É muito frequente a necessidade de tratamento endodôntico em dentes de leite. Ele pode ser necessário em casos de trauma ou por cárie, em dentes anteriores ou posteriores.
Anatomia dos Dentes de Leite
Dentro dos dentes de leite, há vasos e nervos, como nos permanentes. Estes dentes possuem raiz, que será reabsorvida à medida em que os permanentes forem se formando.
Se por cárie houver uma contaminação do “conteúdo” (polpa) deste dente ou se por trauma houver um rompimento desta irrigação de vasos e nervos, ocorrerá a morte da polpa.
O que é um Tratamento de Canal?
A polpa doente é removida mecanicamente por limagem e o (os) conduto(s) irrigado(s) quimicamente. O dente terá agora seu(s) canal(is) obturado(s) com material reabsorvível pelo organismo e será então restaurado.
Em alguns casos há necessidade de curativos terapêuticos, antes da obturação definitiva do(s) canal (canais).
Qual é a importância em manter os dentes de leite Saudáveis?
Como os germens (filhotes) dos dentes permanentes estão muito próximos das raízes dos dentes de leite, qualquer secreção purulenta nos dentes de leite será danosa para os permanentes e para a saúde da criança.
O Dente de Leite vai cair normalmente após o tratamento de canal?
Certamente tudo acontecerá normalmente. A raíz do decíduo será reabsorvida bem como o material obturador colocado dentro do(s) canal(is). Com os canais tratados ou não, muitos dentes precisam ser extraídos por não “caírem”. Seu filho precisará continuar a ser acompanhado por um dentista regularmente.
fonte: endodeciduos