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O Blog sobre Medicina Dentária com informações sobre: Higiene, Educação, Prevenção e Tratamentos Atuais; relacionados a Saúde Oral de adultos e crianças. criado em 09/03/2010
Existem várias teorias que tentam explicar como os anestesicos locais atuam, porém a teoria mais sustentada atualmente é a seguinte: Os anestesicos locais atuam por ligação com receptores específicos no canal de sódio, na sua superfície externa ou na superfície exoplásmatica interna. Quando os anestesicos ganham acesso aos receptores, diminui ou elimina a permeabilidade aos íons sódio, e a condução nervosa é interrompida. Há, pelo menos, 4 sítios específicos no canal de sódio, em que as drogas podem alterar a condução nervosa, são estes sítios: Dentro do canal de sódio, na superfície externa do canal de sódio, e em portões de atividade ou inativação.
Um fato adicional deve ser considerado com relação ao ponto de ação dos anestesicos locais nos nervos mielinizados. A bainha de mielina isola o axônio elétrica e farmacologicamente. O único ponto em que as moléculas do anestésico local tem acesso à membrana nervosa é nos nodos de Ravier, onde os canais de sódio são encontrados em abundância. As alterações iônicas que se desenvolve durante a condução do impulso tambéms e origina nos nodos. Como o impulso pode saltar ou desviar de um ou dois nodos bloqueados e continuar sua trajetória, serão necessário dois ou três nodos imediatamente adjacentes bloqueados para a solução anestesica ser eficaz.
Sequência da ação anestésica:
1. Deslocamento dos íons cálcio do sítio receptor dos canais de sódio, o que permite...
2. Ligação da molécula de anestésico local a este sítio receptor, o que então produz...
3. Bloqueio do canal de sódio, e uma...
4. Diminuição da condutância de sódio, que leva a...
5. Depressão da taxa de despolarização elétrica, e uma...
6. Falha de desenvolvimento dos potenciais de ação propagados, o que é chamado...
8. Bloqueio de condução.
A Pulpotomia consiste na técnica em que se remove a polpa coronária, quando a lesão não chega a atingir a polpa radicular. É necessário que para ter um bom prognóstico, a polpa no exame clínico-visual de consistência e sangramento pulpares sejam positivo, um exemplo, é que o sangue deve ser de cor "vermelho vivo", pois o escurecimento do sangue significa falta de oxigênio e sague muito claro, amarelado, é também desfavorável. O remanescente pulpar, por sua vez, deve está consistente (deve resistir a ação da cureta), ou ter um aspecto pastoso/liquefeito. A coroa dentária deve está "quase" íntegra ou com paredes espessas e resistentes (caso contrário, seria idicado outro tratamento, como por exemplo uma prótese fixa).
Um exemplo de pulpotomia é indicado, é um traumatismo com exposição pulpar, ou ainda uma exposição pulpar durante a remoção do tecido cariado. Esta polpa, nesse caso, já se encontra agredida por bactérias, podendo apresentar um processo degenerativo.
Protocolo Clínico:
1. Anestesia;
2. Isolamento absoluto;
3. Remoção da dentina cariada;
4. Remoção do teto da camâra pulpar;
5. Excisão da polpa coronária com curetas afiadas ou broca esférica lisa. Cortar a 0,5 mm abaixo da entrada dos canal(is) radicular(es);
6. Lavagem abundante da ferida cirurgica (água destilada, soro fisiológico ou detergente específico);
7. Hemostasia espontânia e secagem da cavidade com bolinha de algodão estéril.
8. Aplicação da solução de corticosteróide-antibiótico por 10 a 15 minutos.
9. Aplicação do hidróxido de cálcio puro pró-analise (ele deve estar em contato com a polpa para agir) e cimento para combrir o hidróxido de cálcio ou aplicação de uma camada de MTA;
10. Remoção do excesso de material das paredes laterais.
11. Colocação da restauração provisória ou imediata.
OBS 1.: A solução irrigada deve ser fisiológica ou neutra (soro, água destilada, detergente específico), hipoclorito e anestésicos são contra indicados.
OBS 2.: Para maior sucesso indica-se sessão dupla, com a colocação de corticosteróide-antibiótico sobre a polpa por 2 a 7 dias, porém é necessário uma ótima restauração provisória para que não haja infiltração.
Para os casos em que há mortificação pulpar, o tratamento mais indicado é a técnica radical, realizando-se a pulpectomia. O objetivo principal da pulpectomia é manter a estrutura do dente, impedindo que eles sejam perdidos e que os outros dentes sofram deslocamento.
Pulpectomia
Esse tipo de tratamento é contra-indicado em dentes com reabsorção radicular interna ou externa avançada, infecção periapical que envolva a cripta do dente sucessor, abcessos volumosos ou dentes com grande perda de estrutura radicular.
A pulpectomia baseia-se na ação de medicamentos intracanais que façam a desinfecção destes. É preciso remover a maior parte possível do tecido contaminado para o tratamento agir sobre a menor quantidade possível desse tecido. Entre os me-dicamentos utilizados podemos citar:
» Pasta de óxido de zinco e eugenol
A pasta de óxido de zinco e eugenol é bastante utilizada. Ao entrar em contato com tecidos vivos, o medicamento gera uma inflamação crônica, com formação de abcesso e necrose. Duas semanas após o capeamento da polpa com a pasta, a dege-neração pulpar é bastante aparente no local e a inflamação crônica abrange a porção apical do tecido pulpar.
» Pasta RKI
A pasta – uma mistura de iodoforme, cânfora, paramonoclorofenol e mentol não apresenta nenhum efeito sobre os dentes permanentes sucessores quando utilizada para tratamento de canal de dentes decíduos, isso porque ela dissolve rapidamente.
Caso a pasta KRI extravase para dentro do tecido periapical, ela é rapidamente substituída com tecido normal. Em algumas situações, ela pode sofrer reabsorção dentro do canal radicular.
Dificuldades
Os dentes decíduos apresentam maior dificuldade no tratamento endodôntico devido a seu tamanho reduzido em todas as dimensões. Como o esmalte e as paredes dentinárias são mais finos, as cáries atingem mais rapidamente a raiz. A morfologia dos canais radiculares de dentes decíduos é mais complexa e dificulta a utilização de alguns instrumentos, medicamentos e materiais obturadores.
O fato dos pacientes serem pediátricos tam-bém é um agravante. Eles podem, muitas ve-zes, terem atitudes que dificultam o trata-mento. O comportamento da criança – soma-do aos diferenciais do dente decíduo que dificultam seu tratamento – faz com que alguns CDs optem por não fazer esse tipo de tratamento. Mas não se pode deixar de lado a importância do tratamento endodôntico em dentes decíduos. Isso pode comprometer seriamente a dentição permanente.