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O Blog sobre Medicina Dentária com informações sobre: Higiene, Educação, Prevenção e Tratamentos Atuais; relacionados a Saúde Oral de adultos e crianças. criado em 09/03/2010
Quimioterapia é um tratamento oncológico amplamente utilizado para variados tipos de tumores. As principais complicações bucais ocorrem devido ao quadro de imunossupressão (queda de resistência imunológica) que os pacientes desenvolvem 1-2 semanas após os ciclos de quimioterapia. Sabe-se que pacientes com melhores condições de higiene bucal apresentam menor risco de desenvolver essas complicações e, portanto, antes de iniciar cada ciclo deve-se realizar um ótimo cuidado com a boca por meio de: escovação dentária, uso de anti-séptico local (periogard e cariax) e se possível, uma profilaxia (limpeza dos dentes) com o seu dentista. Depois de iniciada a quimioterapia, a visita ao dentista é bastante difícil em razão da queda do estado geral dos pacientes (falta de ânimo para ir a consultas), além da queda de resistência do organismo. As principais complicações bucais estão relacionadas com o aparecimento de infecções oportunistas como, por exemplo, herpes simplex (“boqueira”), candidíase (“sapinho”) e abscessos dentários. Outra alteração muito comum é o aparecimento da mucosite bucal.
Mucosite – A inflamação das mucosas da boca aparece após alguns dias do fim da quimioterapia e é caracterizada por várias úlceras em toda boca semelhantes a “aftas”, em geral muito dolorosas, dificultando a alimentação, deglutição e fala. As principais recomendações de prevenção são manter uma boa higiene bucal e a utilização de laser de baixa potência em casos que se espera uma agressão muito grande pela quimioterapia (casos de transplantes de medula óssea). O uso de antiinflamatórios e anestésicos tópicos pode ajudar o alívio da dor e melhorar o conforto dos pacientes.
Infecções oportunistas – Várias infecções podem aparecer no estado de imunossupressão relacionada com vírus, bactérias e fungos. Todas essas infecções podem alongar o período de internação dos pacientes. Portanto, procure manter a higiene bucal adequada mesmo em situações difíceis como internações, enjôos, náuseas e de dificuldade de movimentação dos braços e mãos por meio de escovação na própria cama, uso de bochechos com anti-sépticos locais, etc. Também é muito interessante solicitar a visita regular de um estomatologista (dentista especializado nessa área) a fim de prevenir e/ou diagnosticar qualquer uma dessas infecções logo seu início.
Dr. Marcos Curi
Cirurgião Buco-maxilo-facial, estomatoterapeuta